Escolhi preferir a subjetividade como tradutor da minha realidade.
Decidi que a compreensão era indispensável para minha socialização.
Testei o sorriso. Gostei de usá-lo. E percebi que ele dá resultado positivo.
Fiz projetos de coragem. A maioria ficou no papel, o restante nos poemas.
Com versos diluídos em lágrimas sobrevivi ao deserto.
Desenhei alguns mapas do tesouro, mas ninguém apresentou disposição para fazer parte da minha tripulação.
E eu fiquei com medo de ir a alto mar sozinha.
Mas de uma forma ou outra acabei morrendo na praia do mesmo jeito.
Esperei crepúsculos...
Esperei a que a maré enchesse.
Tudo isso aconteceu como de esperado.
Mas eu peguei o hábito de esperar demais e nada fazer.
Porque sempre que faço, erro. Sempre que erro é porque não fiz.
Chega a um ponto que isso te desanima. E que chorar não resolve nada.
Em seguida comecei a ser vista como louca. E isso faz tanto tempo que não sei qual a minha imagem nesse momento.
E se é que alguém me ver pelo que sou...
Quando eu escolhi ser o que sou não imaginei tanto desprezo.
Sonhava que era compreendida pelas pessoas.
Sorria sonhando com meus passeios de mãos dadas... De olhares compreensivos...
Mas descobri que a realidade não é um sonho. É um pesadelo.
Se for burrice ser assim, só me resta ter pena de você que é normal.
Sinto muito pela sua normalidade!
Mas acho que isso não é culpa minha. Pelo menos isso.