24 de nov. de 2011



      Estou muito feliz hoje, pois meu trabalho e minha dedicação nesse espaço completa hoje um aninho. Há um ano que divido experiências com todos vocês e há um ano que trabalho meus textos para que alguém saia daqui melhor que quando chegou.
      Espero que esse ano tenha sido proveitoso para vocês assim como foi para mim.
      Muito obrigado por cada comentário e por cada visita.
                                                                                                                                                                Alinne Louise   

15 de nov. de 2011


Se possível um fundo musical com a música Para ser sincero de Engenheiros do Hawai.

Carlos. Calos. Cal
Não sei vocês, mas quando recebo um e-mail que tem mil e quarenta e sete destinatários me sinto como mais um no meio daqueles que irão recebê-lo e lê-lo.
Mas esse não. Nesse e-mail estou mandando para as pessoas que senti vontade de mandar. Cada um. Muitos de vocês eu não vejo há tempos, não converso há séculos, mas por inúmeros motivos. Mas nenhum desses motivos é suficiente para eu não recordar das risadas que vocês arrancaram de mim. Até de neguinha me arrancava risadas na academia, vocês são fodah kkkkkkkkkkkk (Estou citando o nome em especial de Neguinha porque todos sabem o sacrifício que venci para criar forças para frequentar a academia e mesmo assim me diverti muito lá).
               Se decepção matasse minha missa de 30 dias teria acontecido há oito anos. É eu tenho boa memória sim, mas o que me faz recordar acontecimentos, fatos, situações, circunstancias e mágoas é que elas não são tão presentes assim em meus dias, deve ser por isso que me fragilizo quando encaro essas ondas.
               Observando os calos que tenho em minhas mãos comecei a pensar e a associar histórias... Presta atenção, segue meu raciocínio: Nossas mãos criam calos quando a gente começa a trabalhar no pesado. No início nossas mãos doem. Sangram, ficam vermelhas, mas com o tempo elas vão criando uma camada mais grossa que protege das agressões. Essa camada protetora são os calos.  
               Tudo bem, os calos protegem nossas mãos, e o que há de errado nisso? Alguma vez você já recebeu uma massagem de uma mão muito áspera? Deve ter sido um pouco nada relaxante, não é mesmo?
               Ai está o problema. Quando a vida maltrata muito a gente nos tornamos mais fortes, às vezes tão fortes que desaprendemos a demonstrar consideração. Isso mesmo, não estou citando amor nessa história, estou citando consideração. Não necessariamente é preciso amar para ter consideração com alguém, é só ter a consciência de que o sol nasceu para todos e que problemas acontecem até nas melhores famílias.
               Eu estou fazendo a coisa que mais detesto e que não admito que é fazer dá sermões indiretamente. Mas podem crer isso está me asfixiando.  Podemos atribuir a falta de consideração que temos às pessoas (Carlos, Marcia, Severina, Alinne), podemos culpar os calos que com que a vida nos revestiu e nos impediu de sermos mais sensíveis ou podemos continuar parados e insignificantes. Achas que só têm essas três saídas? Culpar, culpar e parar? Não! Deixei a melhor parte para vocês: Descobrir como melhorar e botar em prática.
Esse texto iniciou-se com a intenção de ser a introdução de um e-mail que recebi, e-mail este muito lindo vale salientar, mas as palavras escapuliram dos meus olhos e não pude deixar o silencio tomar conta da cozinha mais uma vez. Resolvi postar porque acho que tem alguém ai precisando ouvir isso. Porque pelo menos comigo o que acontece é que tudo o que eu leio, intencionalmente ou não, é de muita valia. Tudo que alguém escreve deve ser lido e passado a diante. Algumas palavras podem germinar um olhar e a coragem de mudar o dia seguinte.  Algumas palavras e um gesto. As mãos são a continuidade da boca. Trabalhe os dois coordenadamente.  
Alinne Louise

5 de nov. de 2011

O que se repete todas as noites na Emergência do Hospital


          Uma TV que pouco informa e só faz derrubar o silêncio. Portas sem fechadura a espera de mais uma vítima a ser recepcionada.  Silêncio gritos silêncio outra vez choro abafado de quem deposita esperanças nesses roupões brancos. Braços quietos, olhos curiosos. Meu pai concentrado no jogo transmitido pela TV. Tindon . Toca a campainha, mas não é o carteiro que chama, é o médico de plantão que trabalha para atender todos os que aprenderam a ser pacientes. Tindon . Alinne? Depois de Damiana ok?! Há! Damiana a senhora com roupa colorida que fica xeretando o que escrevo. Tindon.  Damiana. Enfim privacidade para escrever. A campainha não toca mais. Não muda de plantão não, por favor, ainda têm eu aqui, eu e minha gripe. Eu e mil assuntos para estudar. Eu e mil pessoas a esperar. 

Hoje a madrugada está proporcionando o clima adequado para uma entrega inteira aos meus devaneios, aos meus cadernos e as minhas cifras....